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sábado, 31 de janeiro de 2015

FREUD E O PAPEL DA BRINCADEIRA

 
FREUD E O PAPEL DA BRINCADEIRA 
 
As fontes do conhecimento infantil são múltiplas, mas é no ato de brincar que a criança, de forma privilegiada, apropria-se da realidade imediata, atribuindo-lhe significado. As brincadeiras permitem que a criança desenvolva imaginação, afetos, competências cognitivas e interativas, à medida que tem a oportunidade de vivenciar diferentes papéis.


Outra importante função da atividade lúdica é a elaboração de conflitos e ansiedades, e a criança demonstra ativamente, enquanto brinca, o que sofre passivamente. Brincando, as crianças constroem seu próprio mundo, resignificam e reelaboram os acontecimentos que deram origem à vivência e sentimentos.
A brincadeira, como eixo da proposta educativa, é um conceito bastante utilizado. Friedrich Froebel (Alemanha, 1782 – 1852), criador do jardim de infância, defendia o uso pedagógico de jogos e brinquedos organizados e sutilmente dirigidos pelo professor. Durante as décadas subseqüentes, vários educadores alertaram para a importância do lúdico na Educação.



Brincar favorece a auto-estima da criança e a interação com seus pares, propiciando situações de aprendizagem que desafiam suas capacidades cognitivas. Por meio do jogo simbólico, elas aprendem a agir, têm a curiosidade estimulada, adquirem iniciativa e exercitam sua autonomia. Os brinquedos são ferramentas e parceiros silenciosos que desafiam a criança, possibilitam descobertas e a compreensão de que o mundo está cheio de possibilidades e de oportunidades para a expansão da criatividade.

 


EDUCANDO COM AMOR...

Educar, uma questão de amor
“A criança não deve ser oprimida ou censurada por estar pouco desenvolvida. Ela deve ser pacientemente educada” Abdu L - Bahá Fazer com que as crianças sintam-se amadas é um aspecto fundamental para o desenvolvimento de uma boa educação. Para os pais, o amor incondicional que sentem pelos filhos está claro, mas para os filhos, nem sempre, este amor é tão claro assim.
O amor não é apenas um sentimento, mas uma força que produz ações e transformações quando é adequadamente comunicado. A comunicação do amor é tão importante quanto o sentimento do amor.
As crianças entendem e respondem às emoções, aos gestos, expressões faciais e comportamento dos adultos muito antes de serem capazes de compreender sua palavras. Para elas o comportamento diz muito mais que as palavras. Alguns cuidados importantes para uma efetiva (e afetiva) comunicação com as crianças, não só nos momentos das “broncas”, mas para mostrar como se importa com ela, é agachar ficando na mesma altura da criança, olhá-la nos olhos, tocá-la e ouvir atentamente o que ela tem a dizer.
Crianças experimentam atitudes e erram, pois é assim que elas aprendem. É importante que fique claro para elas que, mesmo que os pais reprovem determinados comportamentos, o amor que eles sentem por ela não será modificado. Também é importante ficar atento para julgar as atitudes e não rotular as crianças, isto é, se ela cometer uma ato de egoísmo, o que deve ser ressaltado é a ação e não dizer para a criança que ela é egoísta, pois assim essas ”qualificações” passam a fazer parte da sua identidade. Muitas vezes, na ânsia de fazer com que as crianças se comportem bem, focaliza-se atenção demasiada ao mau comportamento ao invés de atentar para o bom comportamento, fazendo com que a criança continue praticando o mau comportamento e receba cada vez mais atenção. Para os pequenos, conseguir alguma atenção, mesmo que negativa é melhor que nenhuma ou pouca. Contudo, se a criança percebe que conseguirá sua atenção e reconhecimento (verdadeiro) realizando um bom comportamento, elas buscarão comportar-se cada vez melhor. Outro aspecto essencial para que as crianças se sintam amadas é a disciplina e limite. Embora reajam negativamente e com frustrações aos limites e à disciplina, elas se sentem protegidas por eles e percebem que se importam com ela. Segundo Içami Tiba, disciplinar uma criança não é apenas dar ordens e controlar seu comportamento, mas ensiná-la a se autodisciplinar, isto é, capacidade de fazer escolhas certas mesmo quando existir pressão no sentido contrário. A disciplina consiste em fazer a criança abrir mão de um comportamento considerado inadequado ou de conseguir dela um comportamento desejável. Portanto, representa uma medida de frustração e privação, e naturalmente a criança reage com ressentimento e raiva. O educador não deve se influenciar pelas emoções negativas da criança, mantendo a serenidade necessária para a aplicação eficaz da disciplina.
É preciso compreender que as crianças, durante toda a infância, são guiadas muito mais pelas emoções do que pela razão. E que a todo o momento estarão testando o nosso amor, às vezes se comportando mau apenas para ganhar mais atenção. É necessário lembrar que a regra mais importante para ensinar a disciplina às crianças é a paciência. “Educar é uma obra –prima, uma obra realmente artesanal, cujo resultado é a futura felicidade dos filhos e de todos à sua volta.” Içami Tiba

Referência Bibliográfica: · TIBA,Içami. Quem ama, educa! São Paulo: Editora Gente, 2002. · Beust, Luis Henrique. Educar é Ensinar a Viver – Capacitação de Pais e Educadores em prol de uma Cultura de Paz; 2003.

A Importância da Educação Infantil na Formação do Cidadão

 
A Importância da Educação Infantil na Formação do Cidadão
 
 
 
 As primeiras experiências são as que marcam mais profundamente a pessoa, e quando positivas, tendem a reforçar, ao longo da vida, as atitudes de autoconfiança, de cooperação, solidariedade, responsabilidade. A Educação Infantil é algo mágico, único e essencial na vida do homem; que "canta e encanta" a quem a ela tem acesso; sendo rico e engrandecedor acompanhar o desenvolvimento desses pequenos seres durante essa etapa de suas vidas. É incrível a percepção da capacidade de aprendizado das crianças, sua receptividade, carinho e pureza, e o que uma educação de qualidade e devidamente adequada ao desenvolvimento cognitivo, motor, social e emocional, vivenciado por elas, pode fazer em suas histórias.
Para Antunes (2006) se a ciência mostra que o período que vai da gestação até o sexto ano de vida é o mais importante na organização das bases para as competências e habilidades desenvolvidas ao longo da existência humana, prova-se que a etapa educacional referente a essa faixa etária é imprescindível para o seu desenvolvimento. Todavia, surge à seguinte reflexão: a Educação Infantil pode realmente contribuir na formação de um cidadão crítico e reflexivo, cognitiva e socialmente?
É preciso destacar algumas experiências proporcionadas pela Educação Infantil, que concretizam seu trabalho e que interferem positiva e significativamente no desenvolvimento humano e na formação do cidadão crítico /reflexivo, devido às conseqüentes transformações que partem dessas ações:

- Brincadeira: O brincar exige participação e engajamento, com ou sem o brinquedo, sendo uma forma de desenvolver a capacidade de manter-se ativo e participante. Tem a vantagem de proporcionar alegria e divertimento, sendo impulso no desenvolvimento da criatividade, na competência intelectual, na força e na estabilidade emocional. Lidando diretamente com sentimentos de alegria e prazer.
Assim, a criança cria e/ou reproduz situações cotidianas, o que colabora na construção da sua identidade, da imagem de si mesmo e do mundo que a cerca. Todos que brincam tendem a ter uma infância mais feliz e a se tornar um adulto mais equilibrado física e emocionalmente, superando com maior facilidade os problemas cotidianos.

- Autonomia: A obtenção da autonomia é um dos objetivos primordiais da Educação Infantil, em um processo contínuo, se incentiva a criança aos cuidados com o corpo, a organização de seus materiais, a colaboração na organização da sala, a alimentação, a adesão de hábitos saudáveis, a responsabilidade, a construção autônoma das atividades, exposição de idéias e pensamentos, dentre outros. Desenvolvimento o senso crítico/reflexivo e a autoconfiança.
A autonomia é essencial à vida, pois o homem enquanto cidadão e sujeito ativo da comunidade precisa ser capaz de governar a si mesmo, visando seu bem estar e o do outro, podendo agir com segurança e eficácia, na busca por seus sonhos e sua realização pessoal.

- Psicomotricidade: O movimento é a forma que as crianças utilizam para conhecer a si e ao mundo, e então, encontrar competências para atuar no meio em que vivem, desenvolver o toque, a segurança, o traçado, a ação motriz, controle sobre os braços, pernas e movimentos em gerais, a direção, etc. Através de atividades como: correr, pular, dançar, desenhar, utilizar a massinha de modelar, entre outros que geralmente ocorrem diariamente na Educação Infantil.

- Arte: As experiências com música e artes plásticas têm papel primordial na formação do pensamento simbólico, pois, ambas exercem forte influência no desenvolvimento da criatividade e da imaginação.

- Leitura e Escrita: Introduzir o universo maravilhoso da leitura e da escrita é favorecer para a formação de um adulto adepto da leitura, que sinta facilidade na comunicação, na compreensão de textos e na escrita, ampliando conhecimentos, vocabulário, dentre outros.

- Relações Sociais/Afetivas: A Educação Infantil assume entre suas responsabilidades a de estimular e proporcionar relações sociais e desenvolvimento afetivo em parceria com a família.
O apego é a mais profunda emoção, a primeira e a mais duradoura, pois se trata do vínculo estabelecido com outras pessoas, tornando-se mais significativas as advindas daquelas que proporcionem segurança, satisfação e alegria. Portanto, a biografia humana é definida, pelas sucessões de vínculos emocionais estabelecidos ou perdidos.
Muitas emoções como: ciúme, medo, tristeza, tédio, ansiedade e surpresa, apresentam-se desde a primeira infância, podendo levar a criança a reagir de maneira agressiva, apática ou exibicionista, cabendo então aos educadores da Educação Infantil interferir nesses conflitos, através de trabalho em grupo, estabelecimento de regras, respeito ao próximo, imposição limites; proporcionando momentos onde as crianças aprendam a esperar sua vez, a dividir e a lidar com as diferenças, percebendo-se membro de uma sociedade onde nem sempre ela será considerada o centro das atenções.
Na Educação Infantil é também trabalhado o autoconceito (quem sou, como me chamo, onde vivo, o que faço, do que gosto, etc.) e a autoestima (o que penso de mim, como me valorizo, o quanto acha que as pessoas me valorizam,etc.). Devido a importância desses aspectos na determinação do adulto em que a criança se tornará, é evidente a necessidade de fazer com que ela desenvolva um autoconceito uma autoestima positiva.

- Desenho: Assume papel primordial no conhecimento e acompanhamento da criança, favorecendo, também, no desenvolvimento de sua psicomotricidade, criatividade, visualização, noção de espaço, etc.
O desenho representa, em parte, a mente consciente e faz referência ao inconsciente, podendo ser essencial no entendimento do sentimento, desejo e/ou frustração, demonstrado pelas crianças, desta forma, seu simbolismo e mensagem podem ter muito a dizer sobre quem o fez.
Quando a criança recebe estímulo, carinho e atenção, seu desenvolvimento é extraordinário e de destaque em meio à sociedade.

Robert Fulghum (2004) resume a importância da educação formalizada já na primeira infância, de 0 a 6 anos, da seguinte forma:

Tudo que eu precisava, mesmo, saber sobre como viver, o que fazer e como ser aprendi no jardim de infância. A sabedoria não estava no topo da montanha mais alta, no último ano de um curso superior, mas sim no tanque de areia do pátio da escolinha maternal. (p. 16).

O cotidiano na Educação Infantil baseia-se em uma rotina pré-estabelecida visando o desenvolvimento da criança. Criança essa que, num futuro próximo, saberá a importância dos valores morais, da partilha, da ajuda, da responsabilidade, dos direitos e deveres; isso devido ao fato de que nas pequenas atitudes se formam grandes cidadãos.

Fulghum (2004) traz o significado que construiu sobre a Educação Infantil, criando o Credo do Jardim de Infância:

O que aprendi: Dividir tudo com os companheiros; jogar conforme as regras do jogo; não bater em ninguém; guardar as coisas onde as tivesse encontrado; arrumar a 'bagunça' feita por mim; não tocar no que não é meu; pedir desculpas quando machucasse alguém; lavar as mãos antes de comer; apertar a descarga da privada; biscoito quente e leite frio fazem bem à saúde; fazer de tudo um pouco; estudar, pensar, desenhar e pintar, cantar e dançar, brincar e trabalhar, de tudo um pouco, todos os dias; tirar uma soneca todas as tardes; ao sair pelo mundo, ter cuidado com o trânsito, saber dar a mão e ter amigos; peixinhos dourados, porquinhos da índia, esquilos, hamsters e até a sementinha no copinho de plástico, tudo isso morre, nós também; lembrar dos livros de histórias infantis e de uma das primeiras palavras aprendidas, a mais importante de todas. Olhe! (p. 16).

Se esses itens, citados, forem aplicados na vida adulta, no convívio cotidiano, a sociedade se modificará. Em outras palavras, aprender a compartilhar as coisas que se sabe e que se têm é fundamental para as atividades e o convívio em grupo, seja nessa ou em outras fases escolares seja na carreira profissional; jogar com as regras também é imprescindível para viver como cidadão engajado e consciente; arrumar a bagunça e não tocar os pertences dos outros, assim como os cuidados com a higiene de si e dos ambientes coletivos demonstram respeito e pretendem gerar respeito; quanto à soneca da tarde a própria ciência moderna atesta e a indica como um meio de prevenção de doenças e acidentes no trabalho; experimentar as mais diversas atividades intelectuais também aparece em pesquisas médico-científicas como fator considerável para um desenvolvimento mais completo da mente, do corpo e como facilitador das escolhas profissionais; a apresentação de alguns processos complexos do ciclo da vida para as crianças pequenas além de alimentar sua curiosidade e satisfazer a fase dos "porquês" ajuda a explicar-lhes situações alheias à sua vontade e, consequentemente, a lidar com as surpresas e frustrações que com certeza acontecerão.


Desta forma, a Educação Infantil contribui sim, na formação do indivíduo, e, consequentemente, do cidadão ativo e participante da sociedade, pois transmite valores, regras, atitudes, dentre outros que são essenciais e os quais serão lembrados e utilizados por toda a vida, proporcionando experiências e interações com o mundo social e físico de forma ajustada às sucessivas idades que abrange, seguindo princípios pedagógicos de acordo com o desenvolvimento precoce.

Uma vez entendido o verdadeiro sentido dessa etapa e a importância em relação à formação do homem, a educação disporá de novos rumos que engrandeçam a sua ação para as crianças pequenas. Quanto mais rapidamente Planos Educacionais forem implementados na realidade educativa de instituições e profissionais, e assim das crianças, mais eficazmente se reconhecerá a relevância e premência da educação como instrumento de mudança da supra e infraestrutura do país, uma vez que colabora para a formação crítica e reflexiva do cidadão, e, quem sabe, o Brasil deixará de ser apenas o país de um futuro que nunca chega.



capas para portifolio































Nossas crianças têm direito à brincadeira





 Os brinquedos estão disponíveis às crianças em todos os momentos;
• Os brinquedos são guardados em locais de livre acesso às crianças;
• Os brinquedos são guardados com carinho, de forma organizada;
• As rotinas da creche são flexíveis e reservam períodos longos para as brincadeiras livres das crianças;
• As famílias recebem orientação sobre a importância das brincadeiras para o desenvolvimento infantil;
• Ajudamos as crianças a aprender a guardar os brinquedos nos lugares apropriados;
• As salas onde as crianças ficam estão arrumadas de forma a facilitar brincadeiras espontâneas e interativas;
• Ajudamos as crianças a aprender a usar brinquedos novos;
• Os adultos também propõem brincadeiras às crianças;
• Os espaços externos permitem as brincadeiras das crianças;
• As crianças maiores podem organizar os seus jogos de bola, inclusive futebol;
• As meninas também participam de jogos que desenvolvem os movimentos amplos: correr, jogar, pular;
• Demonstramos o valor que damos às brincadeiras infantis participando delas sempre que as crianças pedem;
• Os adultos também acatam as brincadeiras propostas pelas crianças.

Nossas crianças têm direito à atenção individual
 
 
 
• Chamamos sempre as crianças por seu nome;
• Observamos as crianças com atenção para conhecermos melhor cada uma delas;
• O diálogo aberto e contínuo com os pais nos ajuda a responder às necessidades individuais da criança;
• A criança é ouvida;
• Sempre procuramos saber o motivo da tristeza ou do choro das crianças;
• Saudamos e nos despedimos individualmente das crianças na chegada e saída da creche;
• Conversamos e somos carinhosos com as crianças no momento da troca de fraldas e do banho;
• Comemoramos os aniversários de nossas crianças;
• Crianças muito quietas, retraídas, com o olhar parado, motivam nossa atenção especial;
• Aprendemos a lidar com crianças mais agitadas e ativas sem discriminá-las ou puni-las;
• Aprendemos a lidar com preferências individuais das crianças por alimentos;
• Ficamos atentos à adequação de roupas e calçados das crianças nas diversas situações;
• Damos suporte às crianças que têm dificuldades para se integrar nas brincadeiras dos grupos;
• Procuramos respeitar as variações de humor das crianças;
• Procuramos respeitar o ritmo fisiológico da criança: no sono, nas evacuações, nas sensações de frio e calor;
• Crianças com dificuldades especiais recebem apoio para participar das atividades e brincar com os colegas;
• Nossas crianças têm direito a momentos de privacidade e quietude;
• Evitamos usar e que as crianças usem apelidos que discriminem outras crianças;
• Procuramos analisar porque uma criança não está bem e encaminhá-la à orientação especializada quando necessário.


Nossas crianças têm direito a um ambiente aconchegante, seguro e estimulante.

• Arrumamos com capricho e criatividade os lugares onde as crianças passam o dia;
• Nossas salas são claras, limpas e ventiladas;
• Não deixamos objetos e móveis quebrados nos espaços onde as crianças ficam;
• Mantemos fora do alcance das crianças produtos potencialmente perigosos;
• As crianças têm lugares agradáveis para se recostar e desenvolver atividades calmas;
• As crianças têm direito a lugares adequados para seu descanso e sono;
• Nossa creche demonstra seu respeito às crianças pela forma como está arrumada e conservada;
• Nossa creche sempre tem trabalhos realizados pelas crianças em exposição;
• Quando fazemos reformas na creche nossa primeira preocupação é melhorar os espaços usados pelas crianças;
• Quando fazemos reformas tentamos adequar a altura das janelas, os equipamentos e os espaços de circulação às necessidades de visão e locomoção das crianças;
• Nossa equipe procura desenvolver relações de trabalho cordiais e afetivas;
• Procuramos tornar acolhedor o espaço que usamos para receber e conversar com as famílias;
• Procuramos garantir o acesso seguro das crianças à creche;
• Lutamos para melhorar as condições de segurança no trânsito nas proximidades da creche.
 
Nossas crianças têm direito ao contato com a natureza
  • Nossa creche procura ter plantas e canteiros em espaços disponíveis;
  • Nossas crianças têm direito ao sol;
  • Nossas crianças têm direito de brincar com água;
  • Nossas crianças têm oportunidade de brincar com areia, argila, pedrinhas, gravetos e outros elementos da natureza;
  • Sempre que possível levamos os bebês e as crianças para passear ao ar livre;
  • Nossas crianças aprendem a observar, amar e preservar a natureza;
  • Incentivamos nossas crianças a observar e respeitar os animais;
  • Nossas crianças podem olhar para fora através de janelas mais baixas e com vidros transparentes;
  • Nossas crianças têm oportunidade de visitar parques, jardins e zoológicos;
  • Procuramos incluir as famílias na programação relativa à nature
Nossas crianças têm direito à higiene e à saúde
  • Nossas crianças têm direito de manter seu corpo, cuidado, limpo e saudável;
  • Nossas crianças aprendem a cuidar de si próprias e assumir responsabilidades em relação à sua higiene e saúde;
  • Nossas crianças têm direito a banheiros limpos e em bom funcionamento;
  • O espaço externo da creche e o tanque de areia são limpos e conservados periodicamente de forma a prevenir contaminações;
  • Nossas crianças têm direito à prevenção de contágios e doenças;
  • Lutamos para melhorar as condições de saneamento nas vizinhanças da creche;
  • Acompanhamos com as famílias o calendário de vacinação das crianças;
  • Acompanhamos o crescimento e o desenvolvimento físico das crianças;
  • Mantemos comunicação com a família quando uma criança fica doente e não pode frequentar a creche;
  • Procuramos orientação nos serviços básicos de saúde para a prevenção de doenças contagiosas existentes no bairro;
  • Procuramos orientação especializada para o caso de crianças com dificuldades físicas, psico-afetivas ou problemas de desenvolvimento;
  • Sempre que necessário encaminhamos as crianças ao atendimento de saúde disponível ou orientamos as famílias para fazê-lo;
  • O cuidado com a higiene não impede a criança de brincar e se divertir;
  • Damos o exemplo para as crianças, cuidando de nossa aparência e nossa higiene pessoal.
Nossas crianças têm direito a uma alimentação sadia
  • Preparamos os alimentos com capricho e carinho;
  • Nossas crianças têm direito a um ambiente tranqüilo e agradável para suas refeições;
  • Planejamos alimentos apropriados para as crianças de diferentes idades;
  • Permitimos que meninos e meninas participem de algumas atividades na cozinha, sempre que possível;
  • Procuramos respeitar preferências, ritmos e hábitos alimentares individuais das crianças;
  • Procuramos diversificar a alimentação das crianças, educando-as para uma dieta equilibrada e variada;
  • Incentivamos as crianças maiorzinhas a se alimentarem sozinhas;
  • A água filtrada está sempre acessível às crianças;
  • Incentivamos a participação das crianças na arrumação das mesas e dos utensílios, antes e após as refeições;
  • Nossa cozinha é limpa e asseada;
  • Nossa despensa é limpa, arejada e organizada;
  • Valorizamos o momento da mamadeira, segurando no colo os bebês e demonstrando carinho para com eles;
  • Ajudamos os pequenos na transição da mamadeira para a colher e o copo;
  • Procuramos sempre incluir alimentos frescos nos cardápios;
  • Procuramos manter uma horta, mesmo pequena, para que as crianças aprendam a plantar e cuidar das verduras;
  • As famílias são informadas sobre a alimentação da criança e suas sugestões são bem recebidas.
 
Nossas crianças têm direito a desenvolver sua curiosidade, imaginação e capacidade de expressão
  • Nossas crianças têm direito de aprender coisas novas sobre seu bairro, sua cidade, seu país, o mundo, a cultura e a natureza;
  • Valorizamos nossas crianças quando tentam expressar seus pensamentos, fantasias e lembranças;
  • Nossas crianças têm oportunidade de desenvolver brincadeiras e jogos simbólicos;
  • Nossas crianças têm oportunidade de ouvir músicas e de assistir teatro de fantoches
  • Nossas crianças são incentivadas a se expressar através de desenhos, pinturas, colagens e modelagem em argila;
  • Nossas crianças têm direito de ouvir e contar histórias;
  • Nossas crianças têm direito de cantar e dançar;
  • Nossas crianças têm livre acesso a livros de história, mesmo quando ainda não sabem ler;
  • Procuramos não deixar as perguntas das crianças sem resposta;
  • Quando não sabemos explicar alguma coisa para as crianças, sempre que possível procuramos buscar informações adequadas e trazê-las posteriormente para elas;
  • Sempre ajudamos as crianças em suas tentativas de compreender as coisas e os acontecimentos à sua volta;
  • Não reprimimos a curiosidade das crianças pelo seu corpo;
  • Não reprimimos a curiosidade sexual das crianças;
  • Bebês e crianças bem pequenas aproveitam a companhia de crianças maiores para desenvolver novas habilidades e competências;
  • Crianças maiores aprendem muito observando e ajudando a cuidar de bebês e crianças pequenas;
  • Não deixamos nossas crianças assistindo televisão por longos períodos;
  • As famílias são informadas sobre o desenvolvimento de suas crianças.
 
Nossas crianças têm direito ao movimento em espaços amplos
  • Nossas crianças têm direito de correr, pular e saltar em espaços amplos, na creche ou nas suas proximidades;
  • Nossos meninos e meninas têm oportunidade de jogar bola, inclusive futebol;
  • Nossos meninos e meninas desenvolvem sua força, agilidade e equilíbrio físico nas atividades realizadas em espaços amplos;
  • Nossos meninos e meninas, desde bem pequenos, podem brincar e explorar espaços externos ao ar livre;
  • Nossas crianças não são obrigadas a suportar longos períodos de espera;
  • Os bebês não são esquecidos no berço;
  • Os bebês têm direito de engatinhar;
  • Os bebês têm oportunidade de explorar novos ambientes e interagir com outras crianças e adultos;
  • As crianças pequenas têm direito de testar seus primeiros passos fora do berço;
  • Reservamos espaços livres cobertos para atividades físicas em dias 
    de chuva;
  • Organizamos com as crianças aquelas brincadeiras de roda que aprendemos quando éramos pequenos;
  • Procuramos criar ocasiões para as famílias participarem de atividades 
    ao ar livre com as crianças.
Nossas crianças têm direito à proteção, ao afeto e à amizade.
  • Nossas crianças sabem que são queridas quando percebem que suas famílias são bem-vindas e respeitadas na creche;
  • Nossa creche respeita as amizades infantis;
  • Nossa creche valoriza a cooperação e a ajuda entre adultos e crianças;
  • Nossas crianças encontram conforto e apoio nos adultos sempre que precisam;
  • Procuramos entender porque a criança está triste ou chorando;
  • Procuramos ajudar as pessoas da equipe quando enfrentam problemas pessoais sérios;
  • Procuramos não interromper bruscamente as atividades das crianças;
  • Evitamos situações em que as crianças se sintam excluídas;
  • Evitamos comentar assuntos relacionados com as crianças e seus 
    familiares na presença delas;
  • Nossas crianças, mesmo quando brincam autonomamente, não ficam sem a proteção e o cuidado dos adultos;
  • Conversamos e brincamos com os bebês quando estão acordados;
  • Nossas crianças recebem atenção quando nos pedem ou perguntam alguma coisa;
  • Procuramos proteger as crianças de eventuais agressões dos colegas;
  • Ajudamos as crianças a desenvolver seu auto-controle e aprender a lidar com limites para seus impulsos e desejos;
  • Explicamos as crianças os motivos para comportamentos e condutas que não são aceitos na creche;
  • Nunca deixamos de procurar entender e tomar providências quando nossas crianças aparecem na creche machucadas e amedrontadas.
Nossas crianças têm direito a expressar seus sentimentos
  • Nossas crianças têm direito à alegria e à felicidade;
  • Nossos meninos e meninas têm direito a expressar tristeza e frustração;
  • Procuramos ensinar meninos e meninas como expressar e lidar com seus sentimentos e impulsos;
  • Procuramos sempre enfrentar as reações emocionais das crianças com carinho e compreensão;
  • Procuramos sempre entender as reações das crianças e buscar orientação para enfrentar situações de conflito;
  • O bem-estar físico e psicológico das crianças é um de nossos objetivos 
    principais;
  • Ajudamos as crianças a desenvolver sua autonomia;
  • Sempre conversamos com as crianças sobre suas experiências em casa e no bairro;
  • Nossas crianças podem, sempre que querem, procurar e ficar perto de seus irmãozinhos que também estão na creche;
  • Nossas crianças expressam seus sentimentos através de brincadeiras, desenhos e dramatizações;
  • A manifestação de preconceitos de raça, sexo ou religião nos mobiliza para que procuremos incentivar atitudes e comportamentos mais igualitários na creche.
Nossas crianças têm direito a uma especial atenção durante seu período de adaptação à creche
  • As crianças recebem nossa atenção individual quando começam a freqüentar a creche;
  • As mães e os pais recebem uma atenção especial para ganhar confiança e familiaridade com a creche;
  • Nossas crianças têm direito à presença de um de seus familiares na creche durante seu período de adaptação;
  • Nosso planejamento reconhece que o período de adaptação é um momento muito especial para cada criança, sua família e seus educadores;
  • Nosso planejamento é flexível quanto a rotinas e horários para as crianças em período de adaptação;
  • Nossas crianças têm direito de trazer um objeto querido de casa para ajudá-las na adaptação à creche: uma boneca, um brinquedo, uma chupeta, um travesseiro;
  • Criamos condições para que os irmãozinhos maiores que já estão na creche ajudem os menores em sua adaptação à creche;
  • As mães e os pais são sempre bem-vindos à creche;
  • Reconhecemos que uma conversa aberta e franca com as mães e os pais é o melhor caminho para superar as dificuldades do período de adaptação;
  • Observamos com atenção a reação dos bebês e de seus familiares durante o período de adaptação;
  • Nunca deixamos crianças inseguras, assustadas, chorando ou apáticas, sem atenção e carinho;
  • Nossas crianças têm direito a um cuidado especial com sua alimentação 
    durante o período de adaptação;
  • Observamos com cuidado a saúde dos bebês durante o período de adaptação..

Nossas crianças têm direito a desenvolver sua identidade cultural, racial e religiosa
 
  • Nossas crianças têm direito a desenvolver sua auto-estima;
  • Meninos e meninas têm os mesmos direitos e deveres;
  • Nossas crianças, negras e brancas, aprendem a gostar de seu corpo e de sua aparência;
  • Respeitamos crenças e costumes religiosos diversos dos nossos;
  • Nossas crianças não são discriminadas devido ao estado civil ou à profissão de seus pais;
  • A creche é um espaço de criação e expressão cultural das crianças, das famílias e da comunidade;
  • Nossas crianças, de todas as idades, participam de comemorações e festas tradicionais da cultura brasileira: carnaval, festas juninas, natal, datas especiais de nossa história;
  • Nossas crianças visitam locais significativos de nossa cidade, sempre que possível: parques, museus, jardim zoológico, exposições;
  • Nossas crianças visitam locais significativos do bairro, sempre que possível: a padaria, uma oficina, a praça, o corpo de bombeiros, um quintal;
  • Estimulamos os pais a participar ativamente de eventos e atividades na creche.

Ludicidade na Educação Infantil





 

 
Educação Lúdica é um tema que tem conquistado espaço no cenário educacional brasileiro, principalmente na Educação Infantil. Isto é constatado pelo número crescente de pesquisas que apresentam a importância da ludicidade nos processos pedagógicos. 

Narrando um pouco da história, o lúdico tem origem da palavra “ludus”, que significa jogo (ALMEIDA, 2003). Porém, na Educação Infantil, o lúdico não pode ser considerado apenas como um simples jogo ou uma simples brincadeira.





Atividades lúdicas apresentam um enorme benefício na escola. O aprendizado assimilado ao brinquedo ou ao jogo possibilita o desenvolvimento cognitivo, além de explicar as relações do ser humano em seu contexto histórico-sócio-cultural e psicológico, tornando a prática pedagógica do educador mais dinâmica, significativa e prazerosa.

Sendo no âmbito educacional, a importância da ludicidade nas propostas pedagógicas está explicito nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Básica e no Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, comprovando que as instituições devem respeitar o direito da criança às brincadeiras, à exploração dos espaços, à liberdade, à expressão de significados pelos movimentos, à interação, pensamento e comunicação. Porém, apesar dos direitos da criança a brincadeiras e jogos explicitados nas leis, percebe-se que em muitas instituições de Educação Infantil, esses direitos são negligenciados. Assim, no processo de ensino e aprendizagem as crianças são tratadas como adulto, e as propostas pedagógicas que são tradicionais acontecem de forma “robótica e bancária”.




Segundo Kishimoto (2001), alguns professores associam o ato lúdico a atividades de educação física, ao descanso, a as atividades em horário de recreio no pátio ou no parque. Por outro lado, existem escolas que possuem materiais lúdicos e os professores não utilizam por não saberem usar ou por não terem interesse. Outros professores utilizam a atividade de leitura como única proposta lúdica. Mesmo assim, as leituras são descontextualizadas de propostas criadas pelas crianças, e os livros sempre encontram-se em armários fechados, em estantes altas inacessíveis para as crianças. 

Nesse contexto, é necessário uma reflexão sobre a dinâmica que ocorre nas escolas infantis, pois em diversas creches e pré-escolas há um cunho mais assistencialista, ligado ao ato de cuidar e educar propedêutico, descartando as atividades em relação ao desenvolvimento, criatividade, imaginação, expressão, entre outras. Isso mostra que é preciso uma recuperação da palavra “escola”, tornando-se um local satisfatório e alegre com educadores mais preparados e dispostos a prática lúdica.



A criança desde o seu nascimento vai passando por fases na construção do seu conhecimento, aprendendo pelo corpo, e é através dele que se relaciona com o meio que o rodeia. Portanto, a criança precisa do brinquedo e do jogo como forma de equilibração com o mundo.

Segundo Wallon (apud GALVÃO, 1995), é pelo corpo e pela sua projeção motora que a criança estabelece a primeira comunicação (diálogo tônico) com o meio, apoio fundamental do desenvolvimento da linguagem. Ao alterar sua colocação postural conforme lida com objetos, variando as superfícies de contato com eles, a criança trabalha diversos segmentos corporais com contrações musculares de diferentes intensidades. Nesse esforço, as brincadeiras lúdicas são importantes nas escolas, pois proporcionam às crianças, além de uma aprendizagem prazerosa, também um desenvolvimento pisicomotor fundamental para sua formação.






Sendo assim, o educador precisa estar atento às posturas corporais, gestos, movimentos dos alunos, pois o pensamento da criança é muito sustentado pelo movimento. A criança não precisa estar imóvel para desenvolver sua aprendizagem. 
Em suma, diversas são as possibilidades para se avaliar, discutir ou propor padrões de qualidade na Educação Infantil. Entretanto, há uma necessidade de refletir sobre a importância e o benefício da prática lúdica no processo de ensino e aprendizagem. É notável que as crianças já possuem direitos no âmbito das legislações brasileiras em relação a ludicidade. Cabe aos educadores uma postura adequada ao contexto das crianças, tornando a aprendizagem significativa, através de jogos e brincadeiras pedagógicas para contribuir no desenvolvimento integral de cada criança. 

 

Referências: 

ALMEIDA, Paulo Nunes. Educação lúdica: técnicas e jogos pedagógicos. São Paulo: Editora Loyola, 2003.

BRASIL, Governo. Estatuto da criança e do adolescente. Lei federal n. 8.069 de 13 de julho 1990.

BRASIL, MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO-MEC. Lei n. 9.394 de 20 de dezembro de 1996, Lei de diretrizes e bases da educação. Brasília DF: MEC, 1996.

BRASIL, Ministério da Educação e do Desporto. Referencial curricular nacional para Educação Infantil, 1998. Brasília DF: MEC, 1998.

GALVÃO, Izabel. Henri Wallon: Uma concepção dialética do desenvolvimento infantil. Rio de Janeiro: Editora Vozes, 1995. 

KISHIMOTO, Tizuko Morchida. O jogo e a educação infantil. São Paulo: Editora Pioneira, 2003.

KISHIMOTO, Tizuko Morchida. Brinquedos e materiais pedagógicos nas escolas infantis. Revista Educação e Pesquisa. Vol. 27 no.2. São Paulo, Jul/Dec. 2001. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-97022001000200003>. Acesso em 23 mar. 2012.

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